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Estado debate saneamento rural para o Sertão do São Francisco
Reunião apresentou o modelo de gestão do Sistema Integrado de Saneamento Rural, já instituído em três regiões em Pernambuco
O Governo de Pernambuco realizou, na tarde desta terça-feira (29), a primeira videoconferência para debater o saneamento rural para os municípios do Sertão do São Francisco. O evento foi organizado pelas Secretarias de Infraestrutura e Recursos Hídricos (Seinfra), a de Desenvolvimento Agrário (SDA), a Compesa, e contou com o apoio da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). Participaram da reunião representantes dos municípios da região, da Codevasf, ProRural, associações, além de deputados estaduais.
Na ocasião, foi apresentado o modelo de gestão do Sistema Integrado de Saneamento Rural (SISAR), uma organização não-governamental sem fins lucrativos, e que atuará como alternativa de gestão compartilhada dos sistemas de abastecimento de água e saneamento básico em comunidades rurais, garantindo a prestação destes serviços com regularidade e ao custo de uma tarifa mínima. Na região do São Francisco, a iniciativa contemplará as cidades de Afrânio, Dormentes, Petrolina, Cabrobó, Santa Maria da Boa Vista, Orocó e Lagoa Grande. Juntas, essas localidades possuem 539 comunidades difusas já identificadas. A região como um todo possui 100 mil moradores.
A secretária de Infraestrutura e Recursos Hídricos do Estado, Fernandha Batista, abriu a conferência e explicou que a criação do SISAR em Pernambuco é um projeto que está sendo estudado desde 2019. “Alcançamos no ano passado a meta de instituir três SISAR – os sistemas do Moxotó, Pajeú, Central e Araripe - para levar água para moradores das áreas rurais dessas regiões. O Estado é responsável por fomentar essa política pública e a gestão desse modelo fica delegada as associações, garantindo que o funcionamento e a manutenção da rede sejam realizados periodicamente”, explica a titular da pasta.
A presidente da Compesa, Manuela Marinho, reiterou a parceria da Companhia com o SISAR. Hoje, o sistema funciona como uma startup incubada na Gerência Regional da Compesa, com estatuto social, CNPJ e protocolo de intenção para cooperação técnica. “A plataforma desse sistema é importante para que o Governo consiga enxergar para onde é preciso desenvolver projetos e assim possa destinar os investimentos necessários para a prestação dos serviços de abastecimento de água e saneamento”, pontua Marinho.
Já o presidente da Amupe, José Patriota, reforçou que as comunidades rurais possuem a capacidade de fazer a gestão deste sistema, acompanhar e monitorar o projeto para que todos tenham acesso à água, vivam bem e zelem o recurso hídrico. “Essa ação já acontece em vários lugares e é possível de acontecer no Sertão do São Francisco, assim como já está em andamento em outras regiões de Pernambuco”, concluiu.
Na conferência também foi apresentado como será realizado o formato de cadastramento das localidades difusas na plataforma online de saneamento exclusiva para ação. A expectativa do Estado é que o SISAR do São Francisco seja fundado ainda este ano. Em abril de 2021, o governador Paulo Câmara instituiu o Sisar Moxotó contemplando as cidades de Arcoverde, Custódia, Ibimirim, Manarí e Sertânia, localizados no Sertão do Moxotó, além de Buíque, Itaíba, Pedra, Tupanatinga e Venturosa, no Agreste Meridional.
No segundo semestre do ano passado, foi a vez do Sisar Alto Pajeú, que beneficia as Afogados da Ingazeira, Iguaracy, Solidão, Ingazeira, Tabira, Flores, Quixaba, Carnaíba, São José do Egito, Tuparetama, Brejinho, Itapetim e Santa Terezinha. E em dezembro, o SISAR do Sertão Central e Araripe abrangendo Belém do São Francisco, Salgueiro, Serrita, Terra Nova, Trindade, Verdejante, São Jose do Belmonte, Mirandiba, Moreilândia, Ipubi, Cedro, Parnamirim, Araripina, Santa Cruz, Ouricuri, Cabrobó, Granito, Bodocó, Exu, Santa Filomena, Santa Maria da Boa Vista.